História
O percurso deste edifício acompanha a própria história cultural da Covilhã.
Em 1899, nascia o Theatro Calleya, inaugurado a 4 de março com a peça Demi-Monde, pela Companhia Lucinda Simões. Pequeno mas elegante — assim o descreveu António Moura Quintela na sua Monografia da Covilhã. Foi o primeiro teatro da cidade, fruto da visão dos empresários José Cristóvão Corrêa e António Copeiro.
A sala transformou-se sucessivamente em Hermínia Terrasse (1910) e em Teatro Covilhanense (1924). No mesmo local, em 1954, ergueu-se o Teatro-Cine da Covilhã, projetado pelo arquiteto Raul Rodrigues de Lima e inaugurado com um espetáculo da Companhia Amélia Rey Colaço – Robles Monteiro.
Encerrado nos anos 80, reabriu em 1992, já sob tutela municipal, e voltou a afirmar-se como palco privilegiado para cinema, música, teatro, ópera, festivais e encontros culturais. Nos anos seguintes recebeu melhorias técnicas – novo sistema elétrico, som Dolby Digital e projeção moderna – e uma programação diária e diversificada.
Em 2008, passou a chamar-se Teatro Municipal da Covilhã. Após um breve encerramento em 2011, a autarquia adquiriu definitivamente o espaço, garantindo o futuro desta sala histórica.
Hoje, mais de 120 anos depois do primeiro espetáculo, o Teatro Municipal integra o conjunto arquitetónico classificado como Conjunto de Interesse Público (com a Câmara Municipal, o antigo edifício dos CTT e a Caixa Geral de Depósitos). O edifício preserva símbolos identitários, como a tapeçaria de 1954 de João Tavares, na escadaria principal, evocando a arte do cinema, da música e do teatro.
Reaberto a 12 de novembro de 2021, apresenta-se totalmente renovado e preparado para os desafios atuais. A sala principal oferece 600 lugares sentados e recebe grandes nomes nacionais e internacionais da música, do teatro, da dança e do circo contemporâneo, ao mesmo tempo que abre portas às estruturas e associações locais.
O espaço conta ainda com áreas multiusos para workshops, oficinas, encontros e ensaios abertos. Em destaque está o Centro de Incubação e Apoio a Indústrias Culturais e Criativas, que acolhe residências artísticas e promove a ligação entre criadores, escolas e comunidade. Um verdadeiro motor de criação, inovação e partilha.
O Teatro Municipal da Covilhã é, hoje, mais do que uma sala de espetáculos: é um símbolo vivo da cultura covilhanense, um palco onde tradição e futuro se encontram.


















